Sim, podíamos ter
acontecido mas não acontecemos!
Tínhamos empatia,
química, atracção, gosto um pelo outro e todas as outras coisas que os especialistas
do Amor descobrem nos casais enamorados.
Estávamos a cair um no
outro, a abraçar o espaço comum que é construído nestas coisas do
enamoro, a descobrir gostos comuns, a partilhar ideias, a rir em simultâneo,
O inicio da partilha do silêncio, aqui e ali, esse verdadeiro provador do bem-estar que criamos com os outros de que gostamos, sim, porque quando o silêncio deixa de pesar, passando a ser leve e intrínseco, é a prova cabal que podemos estar e ser com o outro sem palavras para dizer.
A criar cumplicidade única que mais tarde leva a intimidade e ao aconchego forte
de um abraço terno, ao beijo que é pedido pelos olhos e dado pelo coração sincero.
Repartiste segredos e eu ouvi, com admiração pela tua entrega a causas corajosas, aos outros que precisam e a quem estendeste a mão e o teu amor sem condição de regras ou leis.
E eu fiquei tão surpreendido
por dizeres não teres Fé, quando todos os teus textos e palavras se enchiam de Espiritualidade, pelo profundo sentido de Justiça que se alia à defesa da
Liberdade e à Igualdade que preconizas,
Tens mundo e visão para
além do horizonte, para além do mundano, tens olhar plantado no Universo,
E num repente, a tua
urgência e a minha passividade encontraram-se e desequilibraram aquilo que até
então estava junto.
A desilusão deu lugar a
tudo o que antes existiu, abrindo uma brecha e depois a uma avalanche que tudo
levou.
Ficou-me o “Se”…mas com
“ses” o Mundo não se faz, nem se deixa fazer.
Podíamos ter acontecido
mas não acontecemos!