21 de maio de 2014

Estrela da manhã






Em cada palmo do teu corpo mora uma promessa de prazer.
Um suspiro de desejo. 
Um arfar de vontade.

Possuis um calor exuberante e vibrante.
Daquele que inflama e queima.
Daquele que traga a língua e os sentidos.
Que embrutece a razão e desperta o instinto.
Cativante e desafiante, espreguiças o teu desejo, 
levando o meu em uníssono.

O tempo pára e o espaço deixa de existir.
Criamos um espaço sideral fora do Cosmos.
Forte, cru e intenso!

Transmutamos em dois condenados,
numa busca louca da consumação total.
Dois escravos do prazer crescente e imparável,
e o desejo corporizado numa devoração carnal.
Arrebatados por uma força impossível,
uma força que nos esgota e nos acrescenta!

Tudo acresce e desmorona,
num projecto construído em cada instante,
com argamassa feita de pele,
com cimento de corpos colados.
A água do nosso suor a polvilhar os caminhos da pele,
em gotas que se unem e desunem na dinâmica dos corpos.
Doidos em desvario de desejo prestes a consumar,
na implosão e explosão de tudo o que em nós vive.

Como estrelas em busca de um novo céu!