12 de maio de 2020

Podíamos ter acontecido mas não acontecemos!





Sim, podíamos ter acontecido mas não acontecemos!

Tínhamos empatia, química, atracção, gosto um pelo outro e todas as outras coisas que os especialistas do Amor descobrem nos casais enamorados.

Estávamos a cair um no outro, a abraçar o espaço comum que é construído nestas coisas do enamoro, a descobrir gostos comuns, a partilhar ideias, a rir em simultâneo, 

O inicio da partilha do silêncio, aqui e ali, esse verdadeiro provador do bem-estar que criamos com os outros de que gostamos, sim, porque quando o silêncio deixa de pesar, passando a ser leve e intrínseco, é a prova cabal que podemos estar e ser com o outro sem palavras para dizer.

A criar cumplicidade única que mais tarde leva a intimidade e ao aconchego forte de um abraço terno, ao beijo que é pedido pelos olhos e dado pelo coração sincero.

Repartiste segredos e eu ouvi, com admiração pela tua entrega a causas corajosas, aos outros que precisam e a quem estendeste a mão e o teu amor sem condição de regras ou leis.

E eu fiquei tão surpreendido por dizeres não teres Fé, quando todos os teus textos e palavras se enchiam de Espiritualidade, pelo profundo sentido de Justiça que se alia à defesa da Liberdade e à Igualdade que preconizas,

Tens mundo e visão para além do horizonte, para além do mundano, tens olhar plantado no Universo,

E num repente, a tua urgência e a minha passividade encontraram-se e desequilibraram aquilo que até então estava junto.

A desilusão deu lugar a tudo o que antes existiu, abrindo uma brecha e depois a uma avalanche que tudo levou.

Ficou-me o “Se”…mas com “ses” o Mundo não se faz, nem se deixa fazer.

Podíamos ter acontecido mas não acontecemos!