Olha para a frente!
Olha lá!
Perscruta o horizonte!
E se ele nada te disser, desenha a estrada!
Faz a estrada rectilínea.
Nada de curvas pois os outros também desenham estradas
e muitas se atravessarão na tua estrada,
fazendo curvas e estrangulamentos,
bifurcações e cruzamentos.
Toma atenção!
Não andes nas estradas feitas pelos outros.
Essas são deles e de mais ninguém.
Existem estradas parecidas mas não iguais à tua,
não confundas, nem as tomes como tua.
Olha lá!
Olha para a frente!
Recta e longa,
O piso não interessa,
vais o fazendo ao longo do percurso.
Apenas não queiras ouro onde faz sentido terra,
não desejes cascalho onde se impõe alcatrão.
Olha a estrada!
Longa e recta!
E não te distraias com a paisagem,
a estrada fez-se para percorrer e não para admirar.
Olha e avança!
Com a vontade e sonhos,
percorre a estrada desenhada por ti.
O fim da estrada?
Não penses agora nele.
Está longe, muito longe.
E para que saibas...
há estradas que quase não têm fim!