Agarro-me às memórias na tua ausência,
às boas e menos bonitas.
De igual direito vivem em mim
e fazem renascer-te aqui.
Não sei mais no que acredito:
vida eterna ou reencarnação.
Apenas sei que vives em mim.
Trago-te contigo em tantos gestos,
em tantas palavras,
em tantos traços físicos que comungo,
em gostos, manias e teimosias.
Sou prova da tua existência,
do teu percurso de vida terrena.
Sou vislumbre para os outros da tua presença,
lembrança viva do teu corpo e do teu jeito.
Sou sempre mais do que eu!
Descobri que sou eu e tu ao mesmo tempo,
para todos aqueles que te amaram
e ainda te trazem no coração.
Sou pedaço de vida minha e também tua,
e assim a saudade enche e transborda,
quando te vejo também em mim,
reflectido por um espelho,
que mostra pai e filho.